O que são Possibilismo e Determinismo geográficos?
A Escola Alemã e o Determinismo Geográfico:
A Escola Alemã e o Determinismo Geográfico:
Alexander Von Humboldt
(1769-1859), Karl Ritter (1779-1859) e Friedrich Ratzel (1844-1904) foram os
nomes de maior destaque na escola alemã surgida no século XIX, sendo os dois
primeiros os responsáveis pela sistematização da geografia como ciência, neste
tempo, a geografia tradicional, geografia que apresentou o positivismo de
Augusto Comte (1798-1857), ou seja baseando-se na observação; e o último, veio
a formular a teoria do determinismo ambiental, o primeiro paradigma a
caracterizar a geografia em emerge no final do século XIX.
A teoria do determinismo
ambiental formulada por Ratzel, fala das influências que as condições naturais
exerceriam sobre o ser humano, sustentando a tese de que o meio natural
determinaria o homem. Neste sentido, os homens procurariam organizar o espaço
para garantir a manutenção da vida. O maior sinal de perca de uma sociedade
seria a perda do território.
As afirmações de Ratzel estavam
fortemente ligadas ao momento histórico em que ele vivia, durante a unificação
alemã. O expansionismo do Império Alemão, arquitetado pelo primeiro-ministro da
Prússia, Otto von Bismarck (1815-1898), foi legitimado pelas duas principais
correntes de pensamento ratzeliano, o determinismo geográfico e o espaço vital
(espaço necessário para a sobrevivência de uma dada comunidade). A primeira
explicaria a superioridade de algumas raças, nesse caso, a alemã, que
naturalmente se desenvolveria mais que as outras, e a segunda justificaria a conquista
de novos territórios para suprir a maior demanda de recursos para seu
desenvolvimento, ou seja, expansionismo.
Os discípulos do determinismo
foram além das proposições ratzelianas, chegando a afirmar que o homem seria um
produto do meio. Defendiam que um meio natural mas hostil, proporcionaria um
maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de organização social
para suportar todas as contrariedades impostas pelo meio. Ex: O inverno
justificaria o desenvolvimento das sociedades europeias, que não tiveram
grandes dificuldades em subjugar os povos tropicais, mais indolentes e
atrasados. Essa ideia justificou o expansionismo neocolonial na África e na
Ásia entre o fim do século XIX e o início do século XX. Pensamentos que, mais
tarde, foram aproveitados pelos cientistas e políticos da Alemanha Nazista.
A Escola Francesa e o Possibilismo Geográfico:
Ao final do século XIX, em reação ao
determinismo geográfico, surge na França, o Possibilismo. Este procurou abolir
qualquer forma de determinação, adotando a ideia de que a ação humana é marcada
pela contingência. A natureza era considerada como fornecedora de
possibilidades para que o homem a modificasse. Teve como precursor Paul
Vidal de La Blanche (1845-1918), sem dúvida, o nome de maior destaque da escola
francesa de geografia.
Enquadrado no pensamento político
dominante, num momento em que a França tornou-se uma grande soberania,
diferentemente da Alemanha, que na época do determinismo ainda passava por um
processo de unificação territorial, Vidal de la Blanche realizou estudos regionais
procurando provar que a natureza exercia influências sobre o homem, mas que o
homem tinha possibilidades de modificar e de melhorar o meio, dando origem ao
possibilismo. A natureza passou a ser considerada fornecedora de possibilidades
e o homem o principal agente geográfico.
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